Rubiaceae

Rudgea amazonica Müll. Arg.

VU

EOO:

753.672,936 Km2

AOO:

44,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

A espécie não é endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020). No Brasil, apresenta distribuição: no estado do Acre — nos municípios Bujari, Cruzeiro do Sul e Marechal Thaumaturgo —, no estado do Amazonas — nos municípios Humaitá e Rio Preto da Eva —, e no estado do Pará — município Novo Progresso.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Eduardo Amorim
Revisor: Eduardo Fernandez
Critério: B2ab(i,ii,iii,iv)
Categoria: VU
Justificativa:

Árvore com até 3 m de altura, não é endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020). No Brasil, apresenta distribuição no estado do Acre, municípios Bujari, Cruzeiro do Sul e Marechal Thaumaturgo, no estado do Amazonas, municípios Humaitá e Rio Preto da Eva, e no estado do Pará, município Novo Progresso. Ocorre na Amazônia, em Floresta de Terra-Firme e Floresta de Várzea (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020). Apresenta AOO= 44 km² e sete situações de ameaças. Com ca. 330 milhões de hectares, a Amazônia brasileira possuía, em 2014, 42.427.000 ha (12,8%) de sua extensão convertidos em pastagens (TerraClass, 2020). Em 2018, as pastagens já ocupavam entre ca. 46.209.888 ha (14%) (Lapig, 2020) e 53.431.787 ha (16,1%) (MapBiomas, 2020). Aproximadamente 60-62% de todas as terras desmatadas na Amazônia brasileira são cobertas por pastagens, colocando a criação de gado em evidência como um dos principais impulsionadores do desmatamento (Almeida et al., 2016, Carvalho et al., 2020). A exploração desordenada de madeira, animais e a formação de enormes campos para agricultura e a pecuária, fizeram com que muitas espécies vegetais sumissem da região de Humaitá (IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2013). Os municípios Bujari (AC) e Cruzeiro do Sul (AC) possuem, respectivamente, 36,28% (110098 ha) e 7,81% (68592,5ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020). No município de Humaitá, o garimpo do ouro representa uma boa parte da renda que garante a sobrevivência de muitos e é uma prática presente há anos nas famílias que vivem nas comunidades ribeirinhas da região (Baraúna, 2009). A exploração do ouro é feita ilegalmente e com uso de mercúrio. Diante desse cenário, infere-se o declínio contínuo em extensão de ocorrência, área de ocupação, qualidade de habitat e situação de ameaça. Assim, Retiniphyllum pilosum foi considerada Vulnerável (VU) à extinção. Recomendam-se ações de pesquisa (busca por novas áreas de ocorrência, censo e tendências populacionais, estudos de viabilidade populacional) e conservação (Planos de Ação e conservação in situ e ex situ a fim de se garantir sua perpetuação na natureza, pois as pressões verificadas ao longo de sua distribuição podem ampliar seu risco de extinção.

Último avistamento: 1995
Quantidade de locations: 7
Possivelmente extinta? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Flora 59, 460, 1876.

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Flutuação extrema: Desconhecido
Detalhes: Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree, bush
Longevidade: perennial
Biomas: Amazônia
Vegetação: Floresta de Terra-Firme, Floresta de Várzea
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest, 1.8 Subtropical/Tropical Swamp Forest
Detalhes: Árvore com até 3 m de altura. Ocorre na Amazônia, em Floresta de Terra-Firme e Floresta de Várzea (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020).
Referências:
  1. Flora do Brasil 2020 em construção, 2020. Rudgea. Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. URL http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB24593 (acesso em 08 de setembro de 2020)

Ameaças (4):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.2 Small-holder farming habitat past,present,future national very high
Os eventos pequenos de desmatamento se espalharam por toda a Amazônia nos últimos anos, mesmo em áreas protegidas (Kalamandeen, 2018). A produtividade da pequena produção na Amazônia é bastante baixa, tanto de culturas anuais quanto de culturas permanentes, e da pecuária (Homma, 2020). Considerando um pequeno produtor típico da Amazônia que derruba 2 ha de floresta densa e cultiva por 2 anos, deixando 10 anos em pousio para derrubar novamente, seriam necessários 12 ha e 12 anos para voltar ao local original para iniciar nova derrubada, em conjunto, esses resultados aumentam a percepção sobre novas formas de ameaças incidentes na Amazônia e apresentam novos desafios para a conservação das florestas dessa região (Homma, 2020, Kalamandeen, 2018).
Referências:
  1. Homma, A.K.O., 2020. Roça sem Fogo - Da tradição das queimadas à agricultura sustentável na Amazônia. Embrapa, Brasília - DF.
  2. Kalamandeen, M., Gloor, E., Mitchard, E., Quincey, D., Ziv, G., Spracklen, D., Spracklen, B., Adami, M., Aragão, L.E.O.C., Galbraith, D., 2018. Pervasive Rise of Small-scale Deforestation in Amazonia. Sci. Rep. 8, 1600. URL https://doi.org/10.1038/s41598-018-19358-2
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.3.4 Scale Unknown/Unrecorded habitat past,present,future regional high
A exploração desordenada de madeira, animais e a formação de enormes campos para agricultura e a pecuária, fizeram com que muitas espécies vegetais sumissem da região de Humaitá (IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2013). Os municípios Bujari (AC) e Cruzeiro do Sul (AC) possuem, respectivamente, 36,28% (110098ha) e 7,81% (68592,5ha) de seus territórios convertidos em áreas de pastagem, segundo dados de 2018 (Lapig, 2020).
Referências:
  1. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 2013. Humaitá. IBGE Cid. URL https://cidades.ibge.gov.br/brasil/am/humaita/panorama (acesso em 24 de agosto de 2013).
  2. Lapig - Laboratório de Processamento de Imagens e Geoprocessamento, 2020. Atlas Digital das Pastagens Brasileiras, dados de 2018. Municípios: Bujari (AC) e Cruzeiro do Sul (AC) . URL https://www.lapig.iesa.ufg.br/lapig/index.php/produtos/atlas-digital-das-pastagens-brasileiras (acesso em 20 de março de 2020).
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 3.2 Mining & quarrying habitat past,present,future regional very high
No município de Humaitá, o garimpo do ouro representa uma boa parte da renda que garante a sobrevivência de muitos e é uma prática presente há anos nas famílias que vivem nas comunidades ribeirinhas da região (Baraúna, 2009). A exploração do ouro é feita ilegalmente e com uso de mercúrio.
Referências:
  1. Baraúna, G.M.Q., 2009. Análise das Políticas Governamentais definidas para a Região do Rio Madeira e seus efeitos sobre a pesca artesanal. Universidade Federal do Amazonas. Dissertação de Mestrado. Instituto de Ciências Humanas e Letras Programa de Pós-Graduação em Sociologia. Manaus - Amazonas.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 5.3.5 Motivation Unknown/Unrecorded habitat past,present,future regional very high
De acordo com dados do Programa de Monitoramento do Desmatamento da Amazônia (Prodes – www.obt.inpe.br/prodes), o AM é um dos estados com menores índices de área desmatada na Amazônia Legal. No entanto, sua porção sul vem se consolidando como nova área de expansão da fronteira agropecuária e concentrando a maior parte das novas frentes de desmatamento no estado. A exploração madeireira é muitas vezes apontada como a frente pioneira, pois ao criar meios para o escoamento da madeira, também estimula a ação de grileiros, e consequentemente a apropriação da terra para outros usos. A pecuária daria sequência ao processo de conversão da área florestal, enquanto o plantio da soja se concentra nas áreas de pastagens, como forma de reduzir os custos de sua implantação (Macedo e Teixeira, 2009).
Referências:
  1. Macedo, M.A. de, Teixeira, W., 2009. Sul do Amazonas, nova fronteira agropecuária? O caso do município de Humaitá, in: Anais XIV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Natal RN. INPE, Natal, p. 5933-5940.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1.1 Site/area protection needed
A espécie não é conhecida em nenhuma unidade de conservação, mas claramente existe a necessidade de melhorar a proteção do habitat nos locais onde se sabe que ela ocorre. São necessárias pesquisas adicionais para determinar se esta espécie está ou não experimentando um declínio efetivo ou está passando por flutuações naturais da população.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.